Carboxiterapia no Envelhecimento Cutâneo

Algo muito discutido na comunidade científica dedicada à estética é o envelhecimento cutâneo. Este é um processo natural e gradativo que ocorre em todos os níveis celulares com as particularidades de cada tecido.

Esta deterioração morfológica e fisiológica impacta sobre órgãos e, como todos os outros, a pele também sofre alterações decorrentes deste processo de envelhecimento, recebendo grandes impactos externos, além dos fisiológicos, por estarem muitas vezes expostas a radiação UV e aos fatores agressores do meio ambiente.

Com o envelhecimento a pele apresenta rugas (estáticas ou dinâmicas), há perda de resistência, elasticidade e viço.
Como recurso de tratamento de tantas alterações estéticas temos a carboxiterapia ou infusão de CO² Medicinal, que é um procedimento minimamente invasivo que utiliza a infusão de anidro carbônico (CO² Medicinal) por via intradérmica.

Na pele, a Infusão de CO² Medicinal ou Carboxiterapia provoca diferentes respostas ao organismo.

A vasodilatação da microcirculação, gatilho da resposta inflamatória do organismo ao CO², estabelece uma resposta hemodinâmica responsável pelo aumento dos fluxo sanguíneo nos tecidos. A resposta vascular ocorre de duas formas distintas: pelo aumento da permeabilidade capilar, em razão do alargamento dos poros da parede vascular, devido à sua dilatação; e pelo aumento da síntese de óxido nítrico, que estimula a produção de novos vasos sanguíneos, contribuindo para a melhora do fluxo sanguíneo tecidual.

A resposta bioquímica, determinada pela diminuição do pH extra e intracelular, desencadeia diversas reações locais, entre elas a quimiotaxia das células inflamatórias e melhora da perfusão tecidual. A resposta celular, produto da distensão tecidual – provocada pelo CO² – da vasodilatação, do aumento da permeabilidade capilar e da quimiotaxia celular, está relacionada à fibrinogênese, indutora da remodelação das fibras elásticas, colágenas e reticulares, responsável pela recuperação da elasticidade e resistência da pele (Abramo, 2010).

A Infusão de CO² Medicinal, para que ocorra esse processo inflamatório, deve ser no plano dérmico profundo, com uma periodicidade variável entre 72 horas e 21 dias, isto ainda é controvérsia entre os autores. Dr. Abramo defende um modelo de aplicação a cada 72 horas pois leva em consideração a intensidade e a duração da resposta inflamatória do organismo á infusão do CO² medicinal em ciclos de cinco ou dez sessões. O número de ciclos vai depender da efetividade da resposta tecidual. O velocidade do gás varia entre 80 e 150 mmHg em quantidade suficiente para o descolamento do tecido.

O conhecimento aprofundado da fisiopatologia da afecção estética e a adequada indicação e elaboração do programa de tratamento individualizado trará resultados positivos e satisfatórios!

Referências Bibliográficas
– Abramo, A C – Infusão controlada do CO²: carboinsuflação – São Paulo: Ed do autor, 2010.
– Worthington, A, Lopez, JC. Carboxiterapia – Utilização do CO2 para Fins Estéticos. In: Yamaguchi C. II Annual Meeting of Aesthethic Procedures. São Paulo: Santos,2006.
– Carvalho, ACO, Viana, PC, Erazo, P. Carboxiterapia – Nova Proposta para Rejuvenescimento Cutâneo. In Yamaguchi C. I Annual Meeting of AestheticProcedures. São Paulo: Santos, 2005.
– Legrand, J, Bartoletti, C, Pinto, R. Manual Practico de Medicina Estética,Buenos Aires, Camaronês, 1999.
– Guirro, E.C.O.. Fisioterapia Dermato – Funcional, 3 ed. São Paulo: Ed Manole, 2002.
– Steiner, D, Addor F. Envelhecimento cutâneo. 1 ed, Rio de Janeiro: AC Farmacêutica, 2014
– Scorza, FA, Borges FS. CARBOXITERAPIA: UMA REVISÃO. Revista Fisioterapia Ser – Ano 3, nr 4 – out/nov/dez – 2008.

Dra. Paula França Coordenadora Pedagógica do Ibeco. Fisioterapeuta Dermatofuncional. Líder Coach.
Dra. Paula França
Coordenadora Pedagógica. Fisioterapeuta Dermatofuncional. Líder Coach.