Cosmetologia,Estética
Melasma: Uma abordagem geral e a utilização do ácido tranexâmico como forma de tratamento
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Atualmente as alterações da cor da pele vêm sendo a preocupação constante entre a população e profissionais da cosmetologia e estética. O melasma é considerado uma hipermelanose adquirida de etiologias multifatoriais, ou seja, de diversas formas. Sendo assim, se torna de difícil tratamento. Acomete em maior proporção, o sexo feminino e, preferencialmente a face. A etiopatogenia do melasma ainda não está bem esclarecida, mas relatos mencionam os raios ultravioletas (UV) e a pré-disposição genética como principais causadores. Seu tratamento tem como principal objetivo o clareamento das lesões, formas de prevenção e redução de áreas afetadas. O ácido tranexâmico (AT) vem sendo utilizado como alternativa terapêutica. O AT é um antifíbrinolítico amplamente utilizado em tratamento de hipercromias, devido à ação inibidora da síntese de melanina. Este estudo tem como principal objetivo, avaliar os principais elementos relacionados à pigmentação melânica e a utilização do AT como principal fonte de tratamento. Utilizaremos a revisão bibliográfica como fonte de pesquisa.
Palavra-chave: Melasma, ácido tranexâmico, pigmentação.
Lista de Abreviaturas
UV- Raios ultravioletas
AT- Ácido tranexâmico
DNA – Material genético
- INTRODUÇÃO
O melasma é uma hipermelanose crônica adquirida, considerada uma discromia, caracterizada pela pigmentação melânica irregular que se desenvolve lentamente sem sinais de processo inflamatório¹, ³,10. A melanina é uma molécula química complexa, responsável pela coloração da pele, pelos e pela estrutura colorida dos olhos, é produzida por uma célula denominada melanócitos, encontrado na camada basal da epiderme4. Essas alterações pigmentares, notadas no caso do melasma, afetam mais o sexo feminino11, podendo ocorrer 90% em gestantes, no primeiro ou no segundo trimestre da gestação, entretanto, essa manifestação também pode ocorrer em usuárias de anticoncepcionais hormonais, iniciar em menopausas e também ocorrer em homens, não sendo exclusivo do ciclo gravídico-puerperal³. Ocorre em todas as raças, porém, possuem maiores históricos em indivíduos com fototipos altos, que vivem principalmente em regiões com elevados índices de Raios UV¹.
De etiologia ainda não bem esclarecida, relatos o descrevem com múltiplos fatores contribuintes, podendo ser influenciado pela predisposição constitucional, gravidez, estrógenos-progestágeno, histórico genético e Raios UV como precursor fundamental para o surgimento da patologia5, principalmente em meses de verão pelo não uso de fotoproteções10.
Tal patologia pode ser classificada de acordo com características clínicas e histológicas, sendo encontrada em regiões distintas, facilitando e definindo a escolha terapêutica mais eficaz e prognósticos mais corretos¹.
Atualmente as alterações relacionadas à coloração de pele são observadas e relatadas por pesquisadores, tornando-se preocupantes para profissionais afins e pela população, devido ao impacto negativo na qualidade de vida, principalmente por acometer a face, imagem corporal e o psicológico dos pacientes, comprometendo a autoestima e repercutindo na vida pessoal e profissional dos pacientes diagnosticados3,4,5.
Existe um questionário padronizado (MELASQol), com 10 perguntas, que visa o impacto do melasma na parte emocional, relações sociais e atividades diárias11,12.
Pesquisas relatam que nos últimos 10 anos houve um crescimento considerável na realização de pesquisas e no mercado nacional de dermocosméticos, considerando assim, a despigmentação cutânea como a terceira maior causa de problemas dermatológicos na America Latina4.
O tratamento do melasma vem sendo um desafio e, segundo pesquisadores, um curso refratário e recorrente.5 A grande estratégia do tratamento é diminuir os estímulos dos melanócitos, da síntese de melanina, eliminando a melanina e os seus grânulos6.
Mediante este seguimento, o trabalho visa abordar um aspecto geral desta patologia e integrar uma nova forma de tratamento, no qual falaremos sobre a utilização de AT.
- MÉTODO
O trabalho a ser apresentado trata-se de um estudo fundamentalmente de revisão bibliográfica. Inicialmente foi realizada uma pesquisa nas bases virtuais de dados, tais como: SCIELO (Cientifica Electronic Library Online, Estados Unidos da América), LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), BIREME (Biblioteca Virtual em Saúde) e MEDLINE (Nacional Library of Medicine, Estados Unidos da América) utilizando as seguintes palavras chaves: melasma, melanose, ácido tranexâmico e pigmentação. Em inglês, melasma, melanosis, tranexamic acid, pigmentation. Os critérios de inclusão utilizados foram artigos científicos publicados, sem restrição de tempo, em revistas indexadas às bases virtuais que abordassem o tema.
- REVISÃO DE LITERATURA
3.1 Melanócitos
São células dendríticas originadas da crista neural que, após o fechamento do tubo neural, caminham para a pele e ficam presentes na camada basocelular da epiderme e, ocasionalmente na derme. São responsáveis pela pigmentação da pele e pelos, determinando a tonalidade cutânea da pele5,6.
São consideradas células fenotípicas importantes, atuam não somente em determinar a tonalidade da pele, mas também como proteção direta contra Raios UV6.
A densidade dos melanócitos é determinada pelo local onde se encontra, e seus números são diminuídos no decorrer da vida6.
Nos melanócitos a melanina produzida fica armazenada em estruturas específicas, conhecidas como melonossomas6.
3.2 Melanossomas
Consideradas organelas elípticas que são altamente especializadas, realizam sínteses, representando fenômenos bioquímicos, originando a melanina6.
Indivíduos negros possuem melanossomas, bem maiores e mais maduros do que nos indivíduos brancos. Armazenam-se em unidades, desenvolvendo-se em diversos estágios morfologicamente e definindo-se desde estruturas despigmentadas até organelas listradas repletas de melanina.6
3.3 Melanina
Considerada a principal pigmentação biológica encontrada na região cutânea, a melanina é uma proteína, cuja principal função é proteger o DNA da ação danosa da radiação solar 6, 8.
Conforme relatos existem dois tipos de melanina: a construtiva, cuja função é determinada pelos genes e não depende da exposição solar, e a facultativa, proveniente do próprio organismo após a exposição aos raios UV8.
- FISIOPATOLOGIA DO MELASMA
Melasma vem de um termo grego, cujo significado “melas” significa negro. É considerada uma hipermelanose adquirida de fácil diagnóstico ao exame clínico, ocasionada devido a exposição a Raios UV, dentre outro fatores5.
A pele é considerada o órgão que possui da forma mais visível o aspecto fenótipo humano, sendo a sua cor o principal fator variável. Acredita-se que as variações teciduais da pele, sejam ganhos evolutivos e que estejam relacionadas com a regulação da penetração de Raios UV no tecido6.
Estudos descrevem o melasma em três tipos: epidérmico, dérmico e misto, determinados devido ao local de depósito da pigmentação5.
A pigmentação da pele é dada pela melanina, sendo de coloração castanho denso, cuja molécula química é considerada complexa, de alto peso molecular, responsável pela cor dos pelos, da pele e estrutura colorida dos olhos4. Além de determinar a cor de todas essas estruturas, a melanina também age como: fotoproteção, permitindo a filtragem necessária dos Raios UV e age neutralizando os radicais livres, evitando assim o envelhecimento celular4, 6.
Nos humanos a pigmentação da pele depende das atividades melanogênicas, das taxas de síntese de melanina, do tamanho, números, distribuição de partículas do citoplasma dos melanócitos (melanossomas) e da natureza que a melanina contém¹.
- ETIOLOGIA E MANIFESTAÇÃO CLÍNICA
De etiologia ainda não bem esclarecida, relatos o descrevem com múltiplos fatores contribuintes, podendo ser influenciado pela predisposição constitucional, gravidez, estrógenos-progestágeno, histórico genético e Raios UV como precursor fundamental para o surgimento da patologia5.
O melasma pode manifestar-se na puberdade, entre 20 a 30 anos de idade, podendo surgir subitamente ou gradualmente. Pode variar de acordo com o fototipo do paciente e histórico familiar5.
- DIAGNÓSTICO
A realização do diagnóstico para melasma é dado inicialmente após observação do quadro clínico9.
Inicialmente a lâmpada de Wood é utilizada para a visualização de desordens pigmentares e determinar a profundidade da pigmentação melânica da pele. Porém, estudos relatam que a lâmpada de Wood não consegue determinar com precisão a profundidade pigmentada em pacientes com histórico de melasma5.
Sendo assim, a melhor forma de identificar um melasma é através de diagnóstico com hiperpigmentação pós-inflamatório, lentigo simples, efélides, melanose solares, doença de addison, foto sensibilidade induzida por drogas, entre outras5.
- TRATAMENTO
A combinação de tratamentos para o melasma é a forma mais indicada pelos dermatologistas. Com o intuito de maximizar bons resultados, em casos mais difíceis, e também devido ao sinergismo das substâncias, profissionais buscam diminuir o máximo dos efeitos colaterais que as substâncias podem causar9, 5.
Tais substâncias têm como principal objetivo, clarear as lesões e reduzir as áreas afetadas5.
Os tratamentos para o melasma são considerados desafios, conforme pesquisas. Devido à ausência de um tratamento que seja eficaz e definitivo, nem sempre os tratamentos utilizados são satisfatórios5.
Diversos princípios ativos podem ser utilizados para amenizar e/ou tratar o melasma, porém cada qual com seu mecanismo de ação5.
A chave para o tratamento é diminuir o trabalho dos melanócitos e da síntese de melanina6.
Nos casos de gravidez, podem ser utilizados alguns despigmentantes por dois ou três meses nas concentrações de 1% a 3%, porém o melasma desparece completamente dentro de um ano após o parto.
- ÁCIDO TRANEXÂMICO
O ácido tranexâmico é uma droga antifibrinolítico inibidora da plasmina, utilizada por meio administrativo oral ou intravenosa7.
Indicada em tratamentos e profilaxias de hemorragias associadas a fibrinólise excessiva e, desde 2009, vem sendo testada para a utilização em cosméticos7,10.
O AT, quando em contato com o plasminogênio (presente em células basais dérmicas), bloqueia a transformação do mesmo em plasmina12,13.
A produção de ácido araquidônico (causador de fatores melanogênicos, como prostaglandinas e leucotrienos) e indução da liberação do fator de crescimento de melanócito (Bfgf) são ativadas quando a plasmina ativa a secreção de precursores da fosfolipase A213.
Os queratinócitos sintetizam o ativador de plasminogênio que são aumentados com o uso de anticoncepcionais orais e na gravidez, aumentando também a atividade dos melanócitos in vitro. O AT bloqueia esse efeito reduzindo a hiperpigmentação do melasma13.
A sua utilização em cosméticos vem nos mostrando ótimos resultados, auxiliando e prevenindo a pigmentação cutânea, desde sardas até a restauração de peles danificadas pelos raios UVA/UVB7,10, porém o uso do AT injetável vem se destacando e mostrando mais eficácia1,2.
- DISCUSSÃO
O melasma é considerado uma hipermelanose adquirida de fácil diagnóstico ao exame clínico. São ocasionadas devido à exposição a raios UV, dentre outros fatores5.
Essas alterações pigmentares, notadas no caso do melasma, afetam mais o sexo feminino11, podendo ocorrer 90% em gestantes, no primeiro ou no segundo trimestre da gestação. Entretanto, essa manifestação também pode acometer usuárias de anticoncepcionais hormonais, iniciar em menopausas, assim como em homens, não sendo exclusivo do ciclo gravídico-puerperal³. Ocorre em todas as raças, porém possuem maiores históricos em indivíduos com fototipos altos, que vivem principalmente em regiões com elevados índices de Raios UV¹.
Estudos descrevem o melasma em três tipos: epidérmico, dérmico e misto, determinados devido ao local de depósito da pigmentação5. O uso da lâmpada de Wood antes do início do tratamento ajuda na classificação10.
Os tratamentos para o melasma são considerados desafios, conforme pesquisas. Devido à ausência de um tratamento que seja eficaz e definitivo, nem sempre os resultados são satisfátorios5, principalmente em meses de verão pelo não uso de fotoprotetores10.
A combinação de tratamentos para o melasma é a forma mais indicada pelos dermatologistas. Com o intuito de maximizar bons resultados, em casos mais difíceis e também devido ao sinergismo das substâncias, profissionais buscam diminuir o máximo dos efeitos colaterais que as substâncias podem causar9, 5.
A sua utilização de AT em cosméticos vem nos mostrando ótimos resultados, auxiliando e prevenindo a pigmentação cutânea, desde sardas até a restauração de peles danificadas pelos raios UVA/UVB7,10, porém o uso do AT injetável vem se destacando e mostrando mais eficácia1,2.
- CONCLUSÃO
O melasma é considerado uma discromia que afeta mais o sexo feminino e é de fácil diagnóstico, pela luz de Wood.
Nas grávidas, o aparecimento é decorrente por estímulos hormonais, mas tendem desaparecer dentro de um ano após o parto.
Existem vários tratamentos para o melasma, porém as terapias combinadas possuem mais eficácia.
A utilização do ácido tranexâmico vem apresentando grandes resultados em cosméticos, mas os injetáveis se tornam mais eficientes.
É de extrema importância informar o paciente a importância dos cuidados diários com a pele, principalmente o uso de fotoproteção, pois se a exposição ao sol não for evitada, os tratamentos não irão funcionar.
11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Autores:
Dra Jaqueline Gonçalves de Salles, biomédica, pós-graduanda em Biomedicina Estética pelo Ibeco
Dra Jéssica Cristina Satico Uno, biomédica, pós-graduanda em Biomedicina Estética pelo Ibeco
Orientadora: Prof ª Vivian Maria Souza de Carvalho Ribeiro