Ética profissional na estética, onde está?

Gostaria de iniciar este texto de forma branda e agradável, com elogios e honra pela ética dos profissionais da estética, independente da classe profissional, mas infelizmente hoje não venho desta forma.

O ego e os interesses próprios têm estado acima da proposta da estética, que entra sim no conceito de saúde. Segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, saúde é “o completo estado de bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente a ausência de enfermidade”.

Pois bem, colegas, estudantes e docentes desta área tão enriquecedora e vasta de novidades, hoje com muito pesar abordo este tema de forma crítica para que todos possam refletir sobre algo que é imprescindível para um profissional, seja ele de qualquer classe profissional atuante na estética.

Estamos em um momento onde a estética é valorizada, porém devido a esse jogo de ego, também está descredibilizada; mas vamos entender um pouquinho o que ética e como a “falta” dela pode tirar nossos créditos.

Definição de ética: substantivo feminino; do grego ethiké; 1 Parte da Filosofia que estuda os valores morais e os princípios ideais da conduta humana. É ciência normativa que serve de base à filosofia prática. 2 Conjunto de princípios morais que se devem observar no exercício de uma profissão; deontologia. (Dicionário Michaelis – Editora Melhoramentos).
Agora que sabemos de onde vem e o que significa, vamos implantar a dissertação sobre o dia a dia dos profissionais da estética (seja de prática clínica ou docência).

Pois bem, o texto foi desenvolvido para despertar a reflexão…

Chegamos no primeiro dia de aula, seja em um curso técnico, graduação ou pós-graduação. Primeira aula, quanta euforia e sede de aprender. Um professor fala uma coisa, o outro vem e fala outra e um terceiro professor fala ainda outra. Opa! Quanta confusão, quanta discordância e conflitos de informações nessa cabecinha que está pronta para receber conhecimento. As divergências continuam. E por quê? Por que hoje, mesmo com as bases científicas crescendo na estética, pouco se explora e se difunde a informação com base em estudos científicos. Aí, vem um nicho de mercado que “vive” de novidade e “achismo”, com a difusão de cursos que implementam na cabeça de alunos e profissionais, que também não se preocupam com a cientificidade, e lançam curso disso, curso daquilo, com técnicas x, y z que não foram comprovadas ou sequer estudadas de forma adequada, e que muitas vezes desencadeiam alterações fisiológicas que colocam em risco clientes/ pacientes. Vocês trabalham com seres humanos!!! Cadê a comprovação científica? Cadê os estudos que passam por um Comitê de Ética e Pesquisa (CEP)? E grande parte dos profissionais e estudantes da estética, “lindamente” começa a aplicar algo que não tem nada de comprovação e base científica, lesam pessoas, peles, autoestima, e tudo por…. EGO e interesses próprios. O pior, vejo profissionais vendendo informações por mensagens nas redes sociais e aplicativos de mensagens, mas uma vez a ética, passa longe.

Bem, não satisfeitos por receberem informações discordantes com a fisiologia humana e não observarem com senso crítico, os profissionais difundem a informação e ainda colocam fotos de antes e depois em redes sociais (muitas vezes com uso de recursos que editam imagens, trazendo resultados fantasiosos), penso que não devem saber que isso é crime! Sim, crime, uso indevido de imagem para autopromoção, e a ética mais uma vez é esquecida.

Se já não bastasse, esses profissionais imprimem em seus clientes e pacientes, sonhos e expectativas irreais, prometendo resultados, que para quem estuda e conhece um pouquinho de fisiologia humana sabe que “não vai funcionar”. É “um passando por cima do outro” e esquecendo a bendita ética!

 

Falando tanto em ética, vamos colocar apenas os pontos centrais no dia-a-dia:

– Tratar todos com dedicação, simpatia e cortesia;

– Não discriminar e nem criticar profissionais que atuem na mesma área;
– Respeitar e cooperar com os outros profissionais e com a comunidade científica da área;

– Esclarecer todas as dúvidas e posicionar de modo real sobre os tratamentos e os possíveis resultados;

– Manter sigilo sobre as informações passadas pelos cliente/pacientes, inclusive a foto documentação.

 

Aos docentes, lembrem, vocês estão formando profissionais, podem sim colocar suas preferências por sua experiência clínica, mas não “implantar” informações não científicas. Aos alunos e profissionais, estudem fisiologia humana para desenvolver senso crítico e transmitir informações plausíveis.

Com o senso crítico apurado, não há como fugir da ética no sentido de apresentar tratamentos que são uma “furada”, de promessas de “falsos resultados” e de técnicas milagrosas que muitas vezes são perigosas.
Aos profissionais de atendimento, lembrem-se, vocês estão atuando com seres humanos, seres estes que têm expectativas, sonhos e que muitas vezes nos procuram para melhorar a autoestima. Sem a implantação da ética, como faremos isso?

 

Ética e cientificidade já!!!

 

Invistam em seres humanos e resultados reais, sem garimpar clientes e alunos com assuntos tão empobrecidos e criticando um ao outro. Temos que nos completar, nos unir para que juntos consigamos fortalecer a ÉTICA e a ESTÉTICA de resultados positivos!

 

 

 

Dra. Paula França Coordenadora Pedagógica do Ibeco. Fisioterapeuta Dermatofuncional. Líder Coach.

 

 

 

 

 

 

Dra. Paula França
Coordenadora Pedagógica
Fisioterapeuta Dermatofuncional
Líder Coach.